Hoje, 25 de Maio, comemora-se o Dia de África. Nesta data,
os africanos recordam o dia da criação da Organização de Unidade Africana
em 1963, na Etiópia, acontecimento que marcou o início de um ciclo
caracterizado, pelo apoio de uma organização continental às
lutas de libertação do colonialismo.
Passados
57 anos desde a criação da Organização de Unidade Africana,
é inevitável e necessário que façamos uma
avaliação da evolução do continente berço da humanidade, ao nível
económico e social, sendo a aposta no ensino, um dos maiores desafios.
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Psicóloga Africana, Amélia de Almeida durante o lançamento da sua obra literária na UnIA |
Há muito que se vem fazendo uma comparação do ensino africano ao das outras realidades. Na visão da psicóloga africana, Amélia de Almeida este paralelo pode gerar conflitos.
“Quando
falamos de ensino, temos que pensar no global. Hoje vamos aprendendo que existem
várias metodologias de ensinar. Nós não podemos ver o resultado de uma
avaliação, nós temos que ver resultados para o nosso povo” disse.
Num
universo com múltiplas formas de aprender, a Docente acrescenta que precisamos
“adaptar o ensino a nossa realidade e que por vezes as comparações têm pecado
muito”.
O combate
a fome e a pobreza, a melhoria do sistema educacional e o de saúde constituem
os principais desafios dos africanos.
Para a
psicóloga africana, o africano deve estar na linha da frente na resolução dos
seus problemas. “Os alemães dão solução aos seus problemas, então os problemas
do africano, não pode ser o asiático a dar solução, sublinhou.
Disse
que, “nós (africanos) por vezes, apaixonados pelo bem-estar de uma outra
realidade, achamos que na nossa (realidade) também deve funcionar assim. Nós
temos que aprender a adaptar, finalizou.
Quanto
ao sistema de educação, Amélia de Almeida defendeu a contextualização do ensino
em África. “Nós estudamos em livros europeus e quando viemos transmitir o
saber para os africanos, devemos medir que estamos a falar de um outro
contexto, de alguém com uma capacidade cognitiva diferente, apesar de ter a
mesma estrutura” sublinhou.
Para a
docente universitária, hoje estamos a criar pessoas “flácidas”, pessoas que não
dão respostas sociais, porque a nossa educação foi roubada por nós e por
imitação do outro.
Sempre
que nós, africanos, comemorarmos o Dia de África, vale a pena
fazermos um balanço do que fizemos e do que
faltou fazer, para partirmos para a correcção dos erros
e promovermos a construção de sociedades cada vez
melhores no continente.
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