CRÓNICAS E ARTIGOS

segunda-feira, 25 de maio de 2020

ESTAMOS A CRIAR "PESSOAS FLÁCIDAS": AFIRMA PSICÓLOGA AFRICANA

Hoje, 25 de Maio,  comemora-se o Dia de África. Nesta data, os africanos  recordam o dia da criação da Organização de Unidade Africana em 1963, na Etiópia,  acontecimento que marcou o início de  um ciclo caracterizado,  pelo apoio  de uma organização continental  às lutas de libertação do colonialismo.

Passados  57 anos  desde  a  criação da Organização de Unidade Africana, é  inevitável e necessário  que  façamos uma avaliação   da evolução do continente berço da humanidade, ao nível económico e social, sendo a aposta no ensino, um dos maiores desafios.

Psicóloga Africana, Amélia de Almeida durante o lançamento da sua obra literária na UnIA



























Há muito que se vem fazendo uma comparação do ensino africano ao das outras realidades. Na visão da psicóloga africana, Amélia de Almeida este paralelo pode gerar conflitos.

“Quando falamos de ensino, temos que pensar no global. Hoje vamos aprendendo que existem várias metodologias de ensinar. Nós não podemos ver o resultado de uma avaliação, nós temos que ver resultados para o nosso povo” disse.

Num universo com múltiplas formas de aprender, a Docente acrescenta que precisamos “adaptar o ensino a nossa realidade e que por vezes as comparações têm pecado muito”.

O combate a fome e a pobreza, a melhoria do sistema educacional e o de saúde constituem os principais desafios dos africanos.

Para a psicóloga africana, o africano deve estar na linha da frente na resolução dos seus problemas. “Os alemães dão solução aos seus problemas, então os problemas do africano, não pode ser o asiático a dar solução, sublinhou.

Disse que, “nós (africanos) por vezes, apaixonados pelo bem-estar de uma outra realidade, achamos que na nossa (realidade) também deve funcionar assim. Nós temos que aprender a adaptar, finalizou.

Quanto ao sistema de educação, Amélia de Almeida defendeu a contextualização do ensino em África. “Nós estudamos em livros europeus e quando viemos transmitir o saber para os africanos, devemos medir que estamos a falar de um outro contexto, de alguém com uma capacidade cognitiva diferente, apesar de ter a mesma estrutura” sublinhou.

Para a docente universitária, hoje estamos a criar pessoas “flácidas”, pessoas que não dão respostas sociais, porque a nossa educação foi roubada por nós e por imitação do outro.

Sempre que nós, africanos, comemorarmos  o Dia de África, vale a pena  fazermos  um  balanço  do que  fizemos  e do que faltou fazer, para partirmos  para  a correcção dos erros  e  promovermos a construção  de sociedades cada vez  melhores  no continente.

 

 


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