Como foi dito na publicação passada, Relações públicas é "um processo estratégico de comunicação que constrói relacções (PONTE) de benefício mútuo entre as organizações e seus públicos" mas o que não foi:
O RP tem a função de analisar a organização em suas diversas dimensões e possibilidades para estabelecer planos estratégicos que transmitam a melhor mensagem e imagem da empresa. Ele é um gestor da comunicação e atua de forma estratégica nos mais diversos campos da empresa.
Esse profissional é peça-chave para uma empresa: nele são centralizadas as diferentes demandas comunicacionais que, juntas, afectam a conjuntura do negócio.
Todas essas demandas compõem a agenda do RP, que tem então o encargo de fazê-las acontecer da melhor maneira possível. Isso significa proteger, manter e/ou criar uma boa imagem através da media junto ao público.
Ele precisa se relacionar de forma directa e clara com o público, no sentido de estreitar relações e evitar ruídos.
As principais actividades do RP incluem:
Elaborar o plano de comunicação de uma organização.
Esse pode parecer um tópico bem vasto. E, de fato, ele é.
Elaborar o plano de comunicação de uma organização não é fácil e exige dinamismo, senso crítico, responsabilidade e muito jogo de cintura.
O profissional de relações públicas tem a grande responsabilidade de delinear um plano que abarque tanto a comunicação interna quanto externa da empresa.
Por isso, é fundamental que ele tenha uma visão holística da empresa, seus valores, serviços e objectivos, e consiga transmitir isso no seu planeamento.
E isso é feito através do alinhamento do time de comunicação da empresa (publicidade, marketing, design e jornalistas). É claro que o RP não executa cada uma dessas funções e nem precisa ter conhecimentos profundos sobre elas, mas é ele quem vai conseguir que esses times trabalhem juntos em uma mesma direção.
Por fim, esses esforços resultam em ações comunicacionais, como o branding (tema da próxima publicação), o posicionamento em redes sociais, a criação de veículos de comunicação interna (como TV e jornal corporativo) e a forma de comunicar-se com a imprensa.
Tudo isso contribui para que a organização consiga se posicionar perante os públicos e para que os objectivos sejam cumpridos.
Escrever press releases
O press release, ou comunicado à imprensa, como o próprio nome sugere, é um anúncio ou informativo para os veículos de comunicação acerca de actividades da empresa. Apesar de parecer simples, redigir e divulgar um press release não é uma tarefa fácil.
O press release pode ser apenas uma coisa que a empresa deseja comunicar, como um novo serviço ou um novo posicionamento de marca, mas pode também ser uma reação a algum facto anterior (uma polêmica, por exemplo).
Em ambos os casos, é essencial o cuidado na escolha das palavras, do porta-voz da mensagem, do tom de voz e até mesmo do momento em que é feito o press release. Um press release mal feito pode causar desentendimentos, reações adversas e até mesmo crises na organização.
Porém, se bem-feito, ele resulta em ótimos momentos para a empresa e uma visão e fala positivas da media e dos públicos.
Organizar eventos
Os eventos internos e externos da empresa têm diversos objectivos, e fazer com que eles sejam bem executados e agradáveis é essencial.
O RP organiza toda a logística para que ela funcione da melhor maneira possível e atenda os objectivos do evento para a empresa.
Conduzir pesquisas de mercado
Compreender o mercado é fundamental para o trabalho de relações públicas.
É preciso entender o comportamento dos consumidores, dos potenciais clientes, das pessoas que interagem com sua marca através de um mapeamento dos públicos.
Por isso, pesquisas de mercado são muito úteis. Elas são feitas em conjunto com outros profissionais e equipas, sendo o RP fundamental no processo de elaboração e condução.
As pesquisas vão mostrar com quais públicos ele está a lidar, além de mostrar tendências e preferências do mercado. Assim, as acções tomadas na empresa terão mais potencial de dar certo, pois serão baseadas em factos.
Gerir contatos e relacionamentos
Uma empresa precisa de bons relacionamentos. E, afinal, isso não poderia deixar de ser tarefa de um relações públicas, não é mesmo?
É importante ressaltar que quando falamos relacionamentos, no plural, tem um bom motivo. Uma organização não se relaciona com um único grupo de pessoas. São vários grupos, que chamamos de públicos. Por isso, são estabelecidas relações diversas e interconectadas entre as organizações e seus públicos.
Quais públicos são esses? Podemos dividi-los em três grandes grupos:
1- comunidade interna, ou seja, os colaboradores;
2- comunidade externa, que inclui os consumidores, potenciais clientes, apreciadores dos produtos e quaisquer outras pessoas que, de alguma forma, se relacionem com a empresa e/ou com a marca;
3- media, que são os veículos de comunicação e as pessoas que os representam.
Todos esses públicos devem ser cuidadosamente trabalhados através de networking, parcerias e acções estratégicas.
Produção de conteúdo
Sim, a produção de conteúdos está ligada ao trabalho de relações públicas.
Escrever conteúdo faz parte da rotina de um RP. Mas, é claro, o processo de produção de conteúdo não está restrito a isso.
O RP consegue ter uma compreensão da linguagem e posicionamento da marca e transmiti-la em diferentes canais, tanto internos quanto externos.
Apesar de o RP não ser responsável por toda a produção de conteúdo, ele cuida de todo o processo que engloba blogs, redes sociais, sites e vídeos, bem como a publicação de materiais sobre a empresa em veículos externos.
Gerir crises
Nenhuma empresa está isenta de erros e, consequentemente, de críticas e crises, sejam elas internas ou externas.
O RP tem que lidar com as reações adversas e controlar os danos, trabalhando a situação da melhor forma possível para que ela não gere consequências graves para a organização.
Lidar com opiniões, comentários e críticas
Esse tópico está relacionado ao anterior.
Actualmente, é ainda mais fácil que as pessoas expressem suas opiniões. Isso é muito positivo, tanto para consumidores quanto para empresas, para que o relacionamento se estreite e ambos consigam uma compreensão mútua.
Ao mesmo tempo, a facilidade dos usuários expressarem suas opiniões pode gerar cenários inesperados para a empresa.
Responder comentários positivos é tranquilo, mas opiniões negativas não são tão simples assim.
A velocidade e publicidade das redes sociais e de sites de reclamações, por exemplo, fazem com que o tempo de resposta tenha que ser acelerado. E vai muito além disso: o cuidado na linguagem, com as informações passadas e com o envolvimento de outras pessoas é crucial.
Aceitar opiniões e críticas e resolver as situações advindas delas pode ser bem mais complexo do que se imagina.
E a parte mais difícil envolve antecipar os impactos de acções. Muito mais do que lidar com críticas, o RP tem que supor que toda acção da empresa terá reações. É seu dever antecipar cenário e prevenir situações desagradáveis.
Considerações Finais
Um trabalho de relações bem-feito é aquele que ajuda o público a entender uma empresa, seus valores, seus objectivos e o que ela tem a oferecer. Mas qualquer bom profissional de marketing pode ler essa frase e se identificar com ela.
De facto, essas duas actividades se aproximam. Ambas têm o objectivo de estabelecer relações de confiança e troca entre empresa e públicos através do encantamento. E o mais importante: elas proporcionam benefícios duradouros.
Mas cada uma delas tem sua própria lógica de funcionamento.
As relações públicas funcionam de forma mais directa, logística e estratégica. Já o marketing actua principalmente com o novo e o arriscado, e com elementos indiretos. Mas o importante é que ambos são importantes para uma empresa e é fundamental que as equipas trabalhem juntas.
Podemos pensar que, enquanto um RP trabalha de forma directa com os colaboradores, o profissional de marketing está preocupado com estratégias de endomarketing, por exemplo.
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