A Procuradoria da República junto ao SIC,
colocou recentemente, em liberdade condicional Flávio Pascoal Tavares também
conhecido como “Pula Pula”, utente do terminal 9250392233 que é tido como um
dos mais temidos marginais do Cazenga por realizar assassinatos nos arredores
deste município.
Nascido no bairro Cazenga, “Pula Pula”
cresceu e notabilizou-se no Bairro da Madeira, Frescangol, localidade onde fez
a sua carreira criminal. Por dominar o mundo do crime, o Serviço de
Investigação Criminal ao tempo do comandante Eugénio Alexandre recrutou lhe
para integrar a equipa de execução da Esquadra do IFA [Comando de Divisão do
Cazenga].
Em Agosto de 2018, a Radio Luanda por via de
uma reportagem do jornalista Liberato Furtado, noticiou que “Pula-Pula” estava
preso, em conjunto com mais alguns elementos do SIC (Serviço de Investigação
Criminal) do Rangel, dos quais se destacava o inspector-chefe Pacavira.
Aos olhos do público, “Pula-Pula” tornou-se
conhecido depois de o jornalista Rafael Marques de Morais ter produzido um
denominado relatório “O Campo da morte”, sobre as execuções sumarias nos
municípios de Viana e Cacuaco, em que este marginal é citado pelas famílias das
vitimas como o homem que mais jovens inocente executou nestas localidades de
Luanda.
Depois da denuncia de Rafael Marques, a PGR
(Procuradoria-Geral da República) formou uma comissão de inquérito para
averiguar os factos e retirar conclusões. Pula-Pula figurava com triste
destaque no referido relatório como um dos mais temíveis executores do SIC.
As execuções de “Pula-Pula”
Recordemos o testemunho pungente de uma mãe,
Esperança Mafuta “Makiesse”, que viu o filho ser assassinado por Pula-Pula:
“Mal atravessou a porta, a mãe ouviu o filho a gritar ‘Makiesse, sai, vem ver
esse senhor que está a matar-me! Fui ver o que se passava e vi um dos homens a
disparar três tiros contra o meu filho. Um tiro na mão esquerda, outro na mão
direita e o terceiro na cabeça’. Makiesse identificou o assassino como sendo um
dos mais famosos assassinos, ‘conhecido como Pula-Pula’, que opera a partir da
Esquadra do IFA [Comando de Divisão do Cazenga] e tem jurisdição sobre a
Esquadra do Cauelele.”
Afinal, continuando a ouvir a reportagem da
Rádio Luanda (que faz parte da estatal Rádio Nacional de Angola) percebe-se que
as razões que terão levado Pula-Pula à prisão não têm qualquer ligação com as
suas actividades enquanto exterminador policial. Na realidade, nunca mais se
ouviu falar da Comissão de Inquérito da PGR, nem de quaisquer medidas tomadas
para evitar esses assassinatos.
Numa volta irónica da vida, Pula-Pula estará
preso (a Polícia Nacional não confirma nem desmente) por ser bandido, por andar
a assaltar casas. Veja-se bem, Pula-Pula andava a assassinar supostos bandidos
que faziam assaltos, e, no entanto, ele também assalta casas!
No assalto concreto de que Pula-Pula é
acusado, terão sido furtados 30 milhões de kwanzas da casa de um empresário
estrangeiro. Aparentemente, um colaborador desse empresário informou o bando de
investigadores criminais da existência do dinheiro, e os operacionais do SIC
apressaram-se a assaltar a casa para ficarem com o dinheiro. Parece, pois, que
quando matava assaltantes Pula-Pula não andava a fazer justiça pelas suas
próprias mãos, mas apenas a eliminar a concorrência.
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